Público apreciou a boa música pernambucana e prestigiou o último dia do festival
O estado que abriga a cidade de Gravatá, Pernambuco, foi o grande homenageado no quarto e último dia de apresentações do XII Festival Virtuosi, no domingo (21).
A apresentação do grupo Flauta de Bloco trouxe toda a poesia da cultura pernambucana para o palco montado na Igreja Matriz de Sant’Ana.
Além da musicalidade, o público assistiu a uma verdadeira exibição de expressão cultural, com uso da dança popular como elemento cênico. Bumba-meu-boi, xaxado, caboclinho, maracatu e, obviamente, o frevo foram apresentados com maestria pela bailarina Érika Farias.
O grupo tocou arranjos da professora de música Lúcia Cysneiros, Arriégua e Lula no Coco, ambos com composição de Egildo Vieira. Mais um terceiro arranjo dela, Altamirando, composição de Emanuel Santana, foi apresentado ao público. Lúcia estava na plateia contemplando o concerto.
O Flauta de Bloco surgiu há 12 anos inicialmente como um grupo de extensão do curso de música da UFPE, com o objetivo de executar músicas do novo repertório proposto para a flauta doce: música pernambucana.
Diante do projeto de pesquisa de repertório, diversos arranjadores, entre eles alunos, professores e ex-alunos dos cursos de música UFPE, tiveram interesse em arranjar para a formação de oito flautas, com auxílio de instrumentos como: violão, contrabaixo e percussão, como explica a instrumentista Daniele Cruz Barros. “Esse é um conjunto de flauta doce, com alguns instrumentos a mais, mas essa é uma família das flautas que vai da menor, que é mais aguda, até a maior, mais grave. É sempre uma alegria poder mostrar o trabalho, ter um público cativo, igreja cheia, é muito bom. Quando participamos do Virtuosi a gente se dá ao luxo de vir apenas tocar, porque todo trabalho de divulgação é do festival. Esse grupo é dedicado à música regional, pernambucana, todos são compositores pernambucanos, tanto os arranjos das músicas mais conhecidas, como os frevos que apresentamos, como as composições que são feitas pelo grupo e são feitas nesse mesmo ambiente sonoro da nossa música”.
A diretora artística do XII Festival Virtuosi de Gravatá, Ana Lúcia Altino, faz um balanço do evento. “Apesar de ser um festival menor, porque foram somente quatro dias, com cinco concertos, foi excelente a receptividade do público, que é maravilhosa e sempre digo que é o melhor público que a gente tem é o daqui de Gravatá. Andamos por muitos lugares e aqui é um público muito quente, caloroso, sabe receber a música e gosto imensamente do público daqui. Todo artista que vem se apresentar aqui acha maravilhoso. Superou nossas expectativas, porque foi fora da época normal, que é o mês de julho, mas foi fantástico. Terminamos com essa homenagem a Pernambuco, com o astral alto, com a música de Pernambuco feita de uma forma muito sofisticada e de qualidade, porque foram usadas as flautas doces, um instrumento barroco, que você está acostumado a ouvir na música barroca, mas não tocando frevo e outras do nosso repertório folclórico. Foi uma manifestação popular nos instrumentos clássicos e foi muito bonito”.
Reportagem: Ana Paula Figueirêdo
Fotos: Nilson Silva (SECOM)