Artista está pintando um dos bois e vai se juntar aos outros 9 que são de Caruaru, Bezerros e Riacho das Almas em exposição coletiva no Alto do Moura, em Caruaru
Entre 40 artesãos do Agreste Central de Pernambuco que participaram da seletiva para integrar o projeto “Bois de Vitalino” está Osmar Jorge, artista gravataense que foi escolhido, junto a outros 9 das cidades de Caruaru, Bezerros e Riacho das Almas, para expor a pintura da tradicional peça do Mestre Vitalino na exposição coletiva, prevista para os meses de março e abril, na Casa da Mulher Artesã, que fica no Alto do Moura, em Caruaru.
Ele está produzindo a peça “Boi Sol Fulô”, após ser selecionado por meio de análise de qualidade técnica, originalidade, conceito e composição expográfica, pelo curador do projeto, Humberto Botão, que considerou ainda aspectos sócio inclusivos de gênero, raça, idade e regionalização.
O projeto “Bois de Vitalino” é uma iniciativa da Lunardo Produções Artísticas e é realizado através de incentivo do Governo de Pernambuco, através da Fundarpe e Secretaria de Cultura, por meio de aprovação no edital Funcultura Geral 2022/2023, na categoria de Festivais, Mostras, Feiras e Exposições, voltado para artistas visuais do Agreste Central.
Osmar Jorge conta como foi a participação dele na seletiva até ser um dos artistas escolhidos. “Eu vi que Lunardo abriu esse projeto pela cultura e então eu vi que tinha uma encomenda feita para um menino de Juazeiro e vi que as cores desse boi que eu fui encomendado combinava com essa proposta que eu ia fazer para esse Boi de Vitalino. Daí eu pensei em fazer com o preto, laranja e amarelo para esse boi. E fui contemplado. Fiquei feliz pelo que aconteceu e é uma projeção muito importante tanto para mim, quanto para Gravatá e principalmente por homenagear um grande mestre como Vitalino”, considerou.
O artesão, que também é ator, falou sobre a relação dele com a arte. “Pra mim, a arte é alimento. Se eu não estiver fazendo arte, eu fico triste. Eu tenho que ficar fazendo arte e eu acho que a minha alegria, é como alimento. Eu tenho que estar fazendo alguma coisa: pintando, fazendo escultura, pirografando, fazendo algo. É vital, minha alegria é fazer arte. Qualquer tipo de arte”, conclui Osmar.
O curador do projeto “Bois de Vitalino”, Humberto Botão, falou do processo de escolha de Osmar Jorge. “O trabalho de seleção foi bastante difícil. É uma curadoria que está sendo extremamente rica, produtiva em vários aspectos e o processo seletivo foi muito desafiador. O trabalho de Jorge foi muito forte em sua narrativa, em seu conceito, em sua proposta, que surge a partir de uma ingenuidade técnica. Que tem uma abordagem, um conceito e um aprofundamento por trás de toda a camada, onde a estética evoca essa força e essa potência do trabalho dele. E isso pra mim foi extremamente definidor quando selecionei o trabalho dele, porque além de falar por si, ele também constrói uma narrativa onde ele representa outros trabalhos, outros artistas e a nossa região nessa abordagem. Fiquei muito feliz com a participação de Jorge e de Gravatá em nossa exposição. Acredito muito que vai ser uma exposição que, embora fale de Vitalino, mas ela não está apenas para a nossa cidade de Caruaru. Ela está muito relacionada com a nossa região e potencialização do Agreste Central. Fiquei muito feliz e acredito que essa participação de Jorge é extremamente significativa. É importante para a exposição e com certeza para a nossa região. E é muito gratificante esse resultado e a participação dele nesse processo”.
Os outros artistas são: Anderson Castanha, com a obra Africanizar; Clécio Lacerda, com a obra Vida Vitalina; Dan, com Boi Colorido; Djhou Letter, com Do Barro ao Contemporâneo; Emilly Monteiro, com Festejo Vitalino; Helô Germany, com Boi Vital; Marcílio Carvalho, com Alma de Boi; Maria das Nuvens, com Sob os Olhos de Vó; e Sandro Lima, com O Boi Voador do Sonhador Menino Vitalino.
Reportagem: Ana Paula Figueirêdo
Fotos: Anderson Souza (SECOM), Rafael Cavalcante (foto de Humberto Botão) e Jakeline Ribeiro (cortesia)