Feira Livre é vida pulsante no coração de Gravatá

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Publicado em 27 de março de 2025, por Ana Paula Figueirêdo | Categoria: Destaque

Economia, cultura, turismo, segurança, organização e produtos de qualidade estão entre as características do lugar que gira quase dois milhões e meio de reais por mês e garante sustento de 359 famílias de forma direta 

 

 

 

Você já teve a oportunidade de viver a Feira Livre do município de Gravatá, no Agreste de Pernambuco? 

 

 

Fonte de abastecimento alimentar e de gêneros variados, como frutas, verduras, legumes, grãos, temperos diversos e muitos outros produtos de primeira qualidade, o espaço de comercialização popular fica localizado no coração do município.

 

 

 

A feira secular já ocupou outros espaços, como a frente do Memorial de Gravatá, na Avenida Cleto Campelo, e a Praça da Matriz, mas a partir da gestão do prefeito Luiz Prequé, a Feira Livre de Gravatá passou a ocupar o pátio atual, que é circundado pelo Mercado Cultural, Mercado de Farinha, pelo Açougue Público Municipal e demais comércios.

 

 

Um dos grandes destaques da cidade, a Feira Livre de Gravatá é lugar que abriga potencialidades, com um misto de cultura popular, turismo e movimentação econômica forte, com um giro semanal em torno de R$ 600 mil e de R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais) por mês, o que valida sua importância econômica e social.

 

 

O poder público municipal é parte importante na valorização da Feira Livre de uma cidade. A Prefeitura de Gravatá, por meio da Secretaria de Indústria e Comércio, revitalizou a feira em setembro de 2024, com a entrega gratuita das novas lonas de cobertura e saias, no valor total  de R$ 338.999,50  (Trezentos e trinta e oito mil novecentos e noventa e nove reais e cinquenta centavos).  Os referidos bancos foram revitalizados pelas empresas montadoras que fornecem o equipamento de forma terceirizada.

 

 

Os feirantes são os protagonistas desse cenário convidativo de uma verdadeira experiência sensorial e emotiva, tendo em vista que muitas pessoas começaram a frequentar esse local com os avós e os pais.

 

 

Entre esses feirantes que ajudam na manutenção dessa tradição do comércio de rua está Marinalva Helena da Silva Santana, que comercializa frutas e verduras na banca localizada próximo ao Mercado de Farinha. “Há 35 anos eu sou feirante aqui em Gravatá. Comecei na feira lá na frente onde é a casa cultural agora, que era a antiga cadeia. Nós começamos lá. Aí depois a feira veio para o pátio. Aqui era uma favela, onde tinha prostituição, tudo isso era uma favela. Aí só nesse setor nosso aqui que tinha barraca de coco, de goma, de massa, aí ele derrubou a favela e fez os bancos padronizados, todo mundo igual. Eu só pretendo sair daqui quando Deus me levar. Enquanto isso, é aqui que nós arrumamos nosso pão de cada dia, trabalhando dignamente, sem passar ninguém para trás. Nossa feira é a feira mais bonita do Brasil. Eu mesmo já fui para o Rio de Janeiro representar essa feira. O nosso estande foi o mais bonito do Brasil. Aí hoje a gente vê que muita gente, por causa dos supermercados, está perdendo a tradição de vir para a feira livre. Mas como vocês sabem, pode entrar mercado, pode entrar quitando, pode entrar o que for que a feira livre nunca vai acabar. Aqui vocês compram mercadoria fresquinha todos os dias, vem direto dos produtores para o consumidor. Então gente, venham para a feira livre, de Gravatá ajudar os feirantes, porque aqui tem muito pai de família e mãe de família que depende disso aqui. Se não for a população vir comprar, nós estamos acabados. Eu tenho orgulho de trabalhar na feira. Eu tenho uma filha que desde os 13 anos ela tem aqueles pontos dela. Ela se formou de professora, fez faculdade de matemática, faculdade de pedagogia, fez pós, mestrado, doutorado de matemática. E até hoje ela tem dois empregos efetivos, mas no sábado ela ainda vem para a feira me ajudar, porque ela diz que não quer perder a tradição”.

 

 

Manoel José Silvino, de 66 anos, comercializa na feira há 31 deles, junto com a esposa, de onde tirou o sustento da família completada por mais sete filhos. “Graças a Deus, eu tenho orgulho de fazer o que faço. Trabalhando para ganhar meu pão e da minha família. Comecei aqui em 1994, quando eu morava no sítio, mas levei uma queda e fraturei a coluna e não pude trabalhar mais na agricultura, com sete filhos pequenos aí vim para cá e comecei a negociar aqui. Eu tenho orgulho de trabalhar, fazer o que faço. Enquanto eu puder estou por aqui na luta batalhando o pão. Foi graças a esse trabalho que eu consegui educar a família. Inclusive eu tenho uma filha em São Paulo que é professora, fez três faculdades. Eu acho que esse aqui é um lugar tranquilo, a feira aqui é boa e bem organizada”. 

 

 

José Fernandes Vieira, de 55 anos, é só elogios para a Feira Livre de Gravatá. “A minha experiência aqui na feira foi muito boa, porque antes eu trabalhava com uma quitanda na Rua Amaury de Medeiros. A pandemia me prejudicou muito, pois eu tinha bastante entrega em restaurante e hotel. Aí como foi fechado para tudo, eu fechei a quitanda e fiquei apenas aqui na feira e graças a Deus continuei. Só tenho que agradecer a Deus esse espaço que nós temos aqui, para realmente comercializar as frutas e verduras que a gente traz do sítio e vende aqui. Acredito que não tem ninguém mal satisfeito com a feira não. Só temos que agradecer. A limpeza, a segurança, o pessoal, a assistência é muito boa, quando falamos com Josias Teles, da Secretaria de Indústria e Comércio, ele sempre atende muito bem e a gente tem que agradecer por tudo. E Gravatá é muito acolhedora, tem muita gente de fora que negocia aqui, de Vitória, de Chã Grande, acolhe os turistas. Aqui não tem assalto, não tem problema. Quem quiser conhecer a feira de Gravatá pode vir, porque eu acredito que qualquer cidade que você procurar não encontra uma feira igual a essa daqui de Gravatá. Organização, tudo direitinho, a limpeza, a segurança, se você quer mercadoria natural, você encontra aqui na feira, a gente tem mercadoria que vem diretamente do sítio, da zona rural, então só tem tudo de bom. Pode frequentar aqui, não vai se arrepender”. 

 

 

Natanael de Oliveira, de 29 anos, vende frutas, verduras, legumes e hortaliças na banca próxima ao açougue público. Ele e o irmão, Daniel Oliveira, de 31 anos, são filhos de seu Bibi, que atua na feira há aproximadamente 20 anos. “Eu trabalho aqui já há uns 15 anos, eu comecei com o meu pai. Quando eu tinha 12 anos, eu e meu irmão sempre vínhamos trabalhar com ele. Assim que fomos crescendo aqui. Aqui é muito bom, é uma feira muito organizada, muito limpa, considerada uma das melhores feiras do Brasil. É motivo de orgulho, né? Trabalhar numa feira que é referência. Temos essa tradição desde o meu avô, que já faleceu. Ele trabalhava e meu pai trabalhava junto com ele. Depois meu pai começou a trabalhar para si mesmo. Eu e meu irmão, a gente cresceu aqui junto com ele, sempre ajudava. Eu digo uma coisa: o pessoal que quiser comprar um produto que seja bom, de qualidade, natural, direto da horta para sua mesa, a Feira Livre de Gravatá tem”. 

 

Venha viver essa experiência em Gravatá. A Feira Livre da cidade funciona de quinta a sábado, das 6h às 18h, e nos domingos das 6h às 12h. 

 

Reportagem: Ana Paula Figueirêdo

Fotos: Anderson Souza (SECOM)

Imagens aéreas: Eliese Henrique


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