Profissionais do instituto estiveram nas plantações de goiaba da localidade e orientaram os agricultores sobre combate às pragas 

Após ida à sede do Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA, no Recife, a Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Gravatá promoveu uma visita técnica dos pesquisadores nas plantações de goiaba, no Assentamento Várzea Grande, na Zona Rural, na quarta (24).

A visita teve as presenças de Josenildo Gomes, secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Gravatá, Cleverland Campos, coordenador de Agricultura, e do gestor de núcleo, Bruno José. Pelo IPA, estavam Dra.Cristina Assis e Dr. Domingos Andrade, ambos especialistas em Fitopatologia. 

Os profissionais do instituto conversaram com os agricultores e seguiram para as plantações de goiaba acompanhar de perto a situação dessa cultura no local. A Dra. Cristina Assis, especialista em Fitopatologia, explicou o que encontrou. “Há alguns dias atrás a Secretaria de Agricultura de Gravatá procurou, no Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA, o Diretor de Pesquisa, Dr. Henrique Castelletti, em virtude dos problemas relacionados a Sigatoka Negra aos produtores de banana na região, como também sobre uma doença, que eles não conseguiam identificar e que estava causando muitas perdas econômicas aos produtores de goiaba, chegando a perder centenas de caixas com goiaba, devido a podridão dos frutos. Por ocasião da 2ª FENEAF, uma equipe da Secretaria de Agricultura de Gravatá veio ao Laboratório de Fitopatologia – LAF da sede do IPA, onde conversou comigo e com o Dr. Domingos Andrade (fitopatologista), afim de solicitar que fossemos fazer uma visita para constatar a doença in loco e dar algumas orientações aos produtores, objetivando diminuir, significativamente, as perdas de frutos pela podridão causada pela doença. Com o aval da diretoria do IPA, viemos a Gravatá, chegando a área de produção do sr. Eugênio, constatamos a presença da doença causada pelo fungo identificado como Phytophthora sp., o qual é também comum causando podridão em frutos de graviola, nessa região. É importante salientar que o sr. Eugênio nos relatou que vem perdendo caminhões carregados de frutos de goiaba apodrecidos e, em campo, constatamos a presença de Phytophthora sp. em inúmeras plantas de goiaba do seu plantio. A doença possivelmente está se apresentando mais séria para a produção de goiaba no município de Gravatá, devido a região montanhosa onde predominam alta umidade, baixas temperaturas e períodos chuvosos intensos, o que muito favorece ao desenvolvimento e proliferação do fitopatógeno. Portanto, é fundamental que o agricultor adote praticas culturais e medidas de manejo para escapar dos períodos em que o clima esteja mais propício a doença”.

Josenildo Gomes explicou: “Nós visitamos o IPA, levamos amostras do que estava acontecendo aqui na fruta da goiaba e eles fizeram a análise. Após isso, eles estão vindo aqui fazer uma visita in loco para verificar no pé o que realmente está acontecendo. Como já foi dito aqui na lavoura, é preciso ter algumas práticas técnicas. Por parte do agricultor para minimizar o ataque desse fungo. Estamos aqui com a doutora Cristina e com o doutor Domingos, que são do IPA, que vieram nos visitar e trazer orientações para os produtores, que nesse caso aqui nós estamos no sítio do senhor Eugênio, em Várzea Grande. A nossa secretaria e a gestão municipal estão preocupadas com o agricultor de Gravatá e procuramos ajudá-los no que for possível. E dessa forma, aqui estamos com os cientistas para uma solução para o que acontece no mundo rural. A gente vai vir com outros técnicos para dar uma olhada no que acontece com as bananas, que também estão sendo acometidas por algumas pragas”, disse o secretário.

O agricultor Eugênio Gomes da Silva, proprietário da área visitada, já trabalha há 30  anos nessa região e há cerca de 17 anos cultiva goiaba. Ele agradeceu a visita. “Eu acho que a visita é muito importante para a gente, não só para mim como para todos os outros agricultores. Nós temos aqui em torno de 1.800 hectares de goiaba, e somente eu tenho 17 hectares. Estou agradecido, isso é muito importante, que a prefeitura, o próprio IPA, que é o Governo do Estado, fizesse isso. Nós vamos passar para outras pessoas que não estiveram aqui junto conosco hoje. E a Goiaba estava sofrendo. Nós perdemos esse ano em torno de umas mil e oitocentas caixas, fora o que nós não contabilizamos, que ficou lá no chão. Agora com essa ajuda, com essa orientação, eles vão passar para gente o que é, vão passar o relatório do que eles viram de perto e tal. E isso eu acredito que o Governo do Estado, a própria prefeitura cada vez mais manda pessoas vir acompanhar. Ave Maria, isso é uma bênção pra gente”.

Reportagem: Ana Paula Figueirêdo 

Fotos: Ednaldo Lourenço (SECOM)