Danças urbanas são tema de oficina sobre movimento negro para estudantes da EREM Cleto Campelo

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Publicado em 20 de novembro de 2025, por Ana Paula Figueirêdo | Categoria: Destaque

Atividade promovida pela Prefeitura de Gravatá discutiu resistência, cultura e pertencimento por meio da cultura Hip Hop

 

 

As danças urbanas, surgidas como ato de resistência entre jovens e adultos negros das periferias, foram tema de uma oficina promovida pela Prefeitura de Gravatá, por meio da Diretoria de Cidadania e Diversidade da Secretaria da Mulher. 

 

 

A atividade aconteceu na tarde da quarta (19) e reuniu estudantes da EREM Cleto Campelo, onde também foi realizada, trazendo reflexões sobre a reinvenção dos movimentos negros após o período da escravidão.

 

 

A oficina foi conduzida pelo professor e coreógrafo Nohan Ricardo, integrante do grupo Horizon. O público participante foi composto pelos alunos da própria unidade escolar.

 

 

De acordo com Joyce Melissa, diretora de Cidadania e Diversidade da Secretaria da Mulher de Gravatá, “as danças urbanas surgem com o movimento negro e ela é a expressão artística que combate o racismo. Na época que elas surgiram, veio como ato de resistência, mas também como um apaziguamento de guerras que existiam de gangues de negros contra latinos”. Segundo ela, trazer o tema para os jovens é fundamental: “é onde os jovens negros e periféricos se encontraram foram dentro das danças urbanas. Quando a gente oferta isso é para que os jovens vejam que existe cultura negra e que ela está presente dentro de nós, só que também ela é muito esquecida, apagada e geralmente quando a dança é visível é quando ela é branqueada”.

 

Joyce destaca ainda que o contato com as danças urbanas favorece o sentimento de pertencimento. “É de você se enxergar naquilo, de você trazer a cultura de volta e além de apontar para eles também um dia que seja diferente, que tenha a história. Que eles vejam que o povo negro fez história no Brasil”.

 

O professor Nohan Ricardo reforçou a importância da iniciativa: “Eu tenho um grupo chamado Horizon e aí a gente começou nossas atividades com danças urbanas aqui na cidade no ano de 2023. Eu venho estudando desde 2021. Eu começava a treinar, parava, aí eu me considerei um estudante real a partir de 2023, que foi quando eu realmente comecei a focar e quis profissionalizar meu grupo e estamos na caminhada até hoje para virar grandes profissionais e trazer grandes frutos na cidade”.

 

Para ele, ações como essa fortalecem a cena local: “Eu acho super interessante essa iniciativa da prefeitura, porque muita gente precisa disso e é uma coisa que no mundo é muito influente só que na cidade a gente não é ainda. O pessoal aqui tem muita visão de outros tipos de dança, que também são legais, mas a gente precisa ter espaço pra todos e as artes urbanas é um leque de dança muito rico”. Nohan lembra ainda que grandes artistas beberam da mesma fonte: “Então grandes artistas dançavam música desse tipo, por exemplo Michael Jackson. Então a gente precisa resgatar isso para Gravatá, tem que ter cena aqui também, para a gente também não depender só de sair e a gente criar nossos eventos próprios aqui e ser bacana também”.

 

 

Reportagem: Ana Paula Figueirêdo

Fotos: Nilson Silva (SECOM)



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