“Bonequinha da Sorte de Gravatá é Patrimônio Vivo de PE” escrito por Ricardo Guerra é destaque na Folha de Pernambuco

Publicado em 20 de novembro de 2023, por Mathilde Souza | Categoria: Destaque

Jornalista destacou a bonequinha da sorte de Gravatá na coluna Opinião do Jornal Folha de Pernambuco

 

Bonequinha da Sorte de Gravatá é Patrimônio Vivo de PE

“Na carteira chama dinheiro/No automóvel, proteção/ Na gargantilha, saúde/ Na geladeira, harmonia/ No bolso esquerdo, paixão”.

Foi no embalo destes versos que conheci a artesã Nilza Bezerra e a Bonequinha da Sorte no Círculo Operário de Gravatá apresentado por dona Maria da Paz e seu assessor, Mário Sérgio. Ali estavam a criadora e a criatura. Ali também era estabelecida uma relação de amor. Vivíamos em 2011 e eu estava como Secretário de Turismo e Cultura de Gravatá.

Nestes 2023, a Bonequinha chega ao topo com o reconhecimento de Nilza Bezerra como Patrimônio Vivo de Pernambuco. Longo, mas vitorioso caminho. Para isso, contou com o decisivo apoio do prefeito Joselito Gomes que, através da SECTURCEL – Secretaria de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer, inscreveu Nilza e adotou a Bonequinha como símbolo do município, figurando em todos os marcos turísticos da cidade.


Quando conheci a Bonequinha da Sorte, ela já tinha ganhado o mundo, mas precisava ser institucionalizada. Ela não era reconhecida sequer como símbolo de Gravatá. O então prefeito Ozano Brito Valença queria divulgar a cidade e me deu carta branca. Sai pelo Brasil e pelo mundo divulgando a Bonequinha da Sorte.


O sucesso da Bonequinha da Sorte ultrapassou as fronteiras brasileiras. Já fora sucesso na Europa. Precisamente na Holanda. No Brasil, foi divulgada em todos os Congressos da ABAV, na época fixo no Rio de Janeiro; nos Salões de Turismo de São Paulo, nas BNTMs de Natal e São Luiz; no Festuris – Festival de Gramado (RS); na Feira Sport and Adventure (SP), Nas Exposições da CVC acontecidas no Expor Center Norte – SP. A historinha da Boneca teve versão em inglês, em francês e italiano. Compareceu ao Brazilian days de 2011 e 2012 através de Vilma Monteiro, então presidente do Instituto Cultural. Sucesso consagrador fez como “A Pastorinha” no Natal Luz/2011 que foi vivido por Gravata. Uma emoção!

 

Era preciso, no entanto, garantir a titularidade da Bonequinha da Sorte e partimos para lutar no INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial. O deferimento foi outorgado por aquele órgão em 31 de janeiro de 2017 e a concessão, liberada em 1° de março do mesmo ano. A luta foi grande. Foram quase seis anos. O que menos importa é quem teve a ideia e quem eram os administradores da época. Importa a vitória do povo gravataense. A artesã que concebeu a Bonequinha da Sorte, Nilza era sempre destacada. Mas, não poderíamos tentar registrar em nome de apenas uma pessoa física porque perderia a disputa. Desde outubro de 2011, através do Círculo de Trabalhadores Cristãos de Gravatá foi iniciado um longo e disputado processo. O escritório de advocacia de Gustavo Escobar foi contratado. A demanda enfrentou oposições até do poderoso Jockey Club de São Paulo. O milionário clube paulista tentou obter o registro da marca e a patente da Bonequinha da Sorte. A cidade agrestina venceu. Viva Gravata!

O tempo passou. Através da Resolução n° 1.574, de 29 de abril de 2019, a Assembleia Legislativa de Pernambuco – ALEPE confere ao município, o título honorífico de Capital da Bonequinha da Sorte, projeto da então deputada Priscila Krause (Cid), atual vice-governadora do Estado.

 

Gravata é, portanto, a Terra da Bonequinha da Sorte.

 

Feliz o destino turístico que tem uma marca que o distingue com exclusividade e o difere de quaisquer atrações no mundo do turismo. Completo é aquele polo turístico que tem patenteado um símbolo cultural. Este é o caso de Gravatá. O melhor, todavia, é viver a alegria de ter a Bonequinha da Sorte como patrimônio. Não há cidade do Acre ao Rio Grande do Sul que possa contestar a marca. O poder municipal preservou esta vitória. Apostamos no bom senso. O atual prefeito Joselito Gomes comprova, com atitude, porque a cidade ganhou um símbolo e a artesã, uma referência ao seu trabalho.

Felizes e orgulhosos, temos o que comemorar.

Pois só restava o reconhecimento do Governo Estadual. Nilza, artesã criadora da Bonequinha da Sorte, é Patrimônio Vivo de Pernambuco.

 

por Ricardo Guerra
Jornal Folha de Pernambuco

Foto: Anderson Souza (SECOM- Prefeitura Municipal de Gravatá)


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