O sábado, 22 de abril de 2023, foi um dia histórico para o Sítio Cotunguba, com a reunião de mestres e mestras que são responsáveis pela manutenção de tradicionais expressões culturais de Pernambuco
O destino Gravatá é um oásis da cultura pernambucana, pois além dos artistas naturais da terra, sabe receber os mestres e mestras que mantêm as tradições do estado.
No distrito da zona rural da cidade serrana, Avencas, mais precisamente no Centro Cultural da Cotunguba, houve a realização do III Festival de Mamulengo e Cultura Popular de Gravatá, evento que congregou os vários tipos de expressão artística de Pernambuco, no cair da tarde do sábado (22).
O café torrado dos anfitriões Mestre Galdino e Mestra Gerusa dava as boas-vindas a quem chegava e era a introdução do que seria vivido daqui em diante.
E foi isso mesmo. Dali a pouco começaram as apresentações de Viola com os repentistas e violeiros João Lídio e Zé Viola; de Coco, com o Mestre Ciriaco do Coco, de Glória do Goitá e com 93 anos; de Coco e Cavalo-Marinho, com Mestre Borges Lucas, de Lagoa de Itaenga, que apresentou o Coco de Mazuca, junto com a rabeca do Mestre Biu de Dóia, que é rabequeiro e bonequeiro; da Associação dos Bacamarteiros de Gravatá Pé de Serra, liderada pelo capitão José Teixeira; além do Mamulengo do Mestre Zé de Bibi, de 81 anos, de Glória do Goitá, que é Patrimônio Vivo de Pernambuco, e dos artesãos gravataenses Mestre Galdino e Mestra Gerusa.
José Evangelista de Carvalho, conhecido como Mestre Zé de Bibi, que traz a arte do Cavalo-Marinho, Mamulengo, Coco de Roda, Ciranda e Maracatu no sangue, veio de Glória do Goitá para se apresentar em Gravatá. “Se não for o incentivo da prefeitura, a gente fica só, então a prefeitura nos dando apoio, a gente cresce, cresce a cultura, o valor e a oportunidade de representar em qualquer canto. Eu sou um brincante na cultura popular, porque tudo o que precisar de mim, estou dentro na panelada. Comecei com a brincadeira em 1961 e estou completando esse ano 81 anos de vida. E no dia 08 do mês de Santana (julho), vou comemorar ano de vida e de Cavalo-Marinho, com sambada até amanhecer o dia, no município de Glória do Goitá, no Sítio Malícia. Convido todo mundo que está aqui e quem quiser aparecer, eu agradeço!”.
João Galdino de Moura, conhecido como Mestre Galdino, é agricultor e artesão. Ele estava muito satisfeito em receber todos no centro cultural administrado por ele e Mestra Gerusa. “É uma gratificação muito grande a gente ter, na zona rural, o Centro Cultural da Cotunguba e mostrar a possibilidade que a arte não morra. A força do Mamulengo tem que continuar, mesmo porque o único bonequeiro que ainda brinca é o Mestre Galdino, que sou eu, e vou honrar isso enquanto vida eu tiver. Essa festa vai acontecer todo ano, se Deus quiser, aqui no Centro Cultural da Cotunguba. Estamos de portas abertas para quem quiser visitar o nosso centro cultural e falar de Mamulengo”.
O secretário de Turismo, Cultura, Esportes e Lazer de Gravatá, Jaime Prado, prestigiou o evento. Ele ressaltou a pluralidade do festival. “Mais uma vez estamos com a SECTURCEL, sob orientação do nosso prefeito Joselito Gomes, apoiando essa terceira edição do festival que trabalha não só o mamulengo, mas que é multicultural. Temos violeiros, Maracatu, Coco, estamos recebendo representações de Mamulengo de três municípios da Zona da Mata de Pernambuco. Estamos com o artesanato cultural da nossa cidade, que é a Feira de Artesanato Arte Nossa, e dessa forma estamos mais uma vez incentivando a cultura popular em nosso município”.
Prestigiaram o III Festival de Mamulengo e Cultura Popular de Gravatá a chefe de gabinete, Liliane Costa, o secretário de Imprensa e Comunicação Social, Rodolfo Lima, e o executivo da pasta, Marcone Barros, o assessor de cultura da SECTURCEL, Lucas Alves a diretora de Cultura da SECTURCEL, Thamires Ferreira.
Reportagem: Ana Paula Figueirêdo
Fotos: Marcone Barros (SECOM)