Gravataense Cassandra Bentivóglio é a única travesti do Nordeste que vai participar do reality show LGBTQIA+

Publicado em 02 de agosto de 2022, por Mathilde Souza | Categoria: Cultura

Dona do bordão “Flores de Laranjeira” promete levar alegria e mostrar sua história de vida com muito orgulho de cada batalha vencida

 

Cassandra Bentivóglio, 41 anos, cozinheira, casada, da cidade de Sairé, porém mora em Gravatá há mais de 10 anos.

 

A dona do bordão “Flores de Laranjeira”, mostra seu cotidiano pelas suas redes sociais e tem uma história de vida incrível. Ela saiu da casa dos pais aos 13 anos e foi trabalhar em casas de famílias na cidade do Recife. Entre idas e voltas, veio morar em Gravatá entre 2009 e 2010. Portanto sua história de vida foi baseada em trabalho.

 

Ela costuma dizer que é “aquela travesti que sai de casa cedo, que tinha sonhos, que ia casar, que tinha planos para sua vida pessoal e profissional.”

 

Como excelente cozinheira que é, trabalhou na área da gastronomia em vários restaurantes de nomes em Gravatá, como o Mania Caseira, seu último trabalho. Todas essas experiências agregou em sua vida profissional, além de investir em cursos para se aperfeiçoar ainda mais, como de manipulações de alimentos, ceias natalinas e de molhos.

 

Cassandra sempre amou um reality show e sempre se inscrevia no Big Brother Brasil, até que descobriu o reality Cruzeiro Colorido através de um amigo que mandou um link de votação. “Um colega mandou o link de votação que se inscreveu neste reality e tinha a opção de se inscrever, mas eu estava tão focada no BBB que acabei depois de uns dias realizando a inscrição. Fiz o vídeo, respondi algumas perguntas sobre mim, com 15 dias chegou um e-mail de confirmação que minha inscrição tinha sido aprovada pela produção e junto a ela um link de divulgação que eu tinha que divulgar para as pessoas votarem em mim, mas sempre deixaram claro que a votação não seria a porta de entrada do reality. A finalidade era mostrar a questão do engajamento e o interesse pelo reality. Eu acredito que eu entrei por perfil, porque teve participantes que tiveram mais de 120 mil votos e na primeira votação eu só tive quase 7 mil votos, então acredito nisso”, contou.

 

Para o Cruzeiro Colorido, que acontece na Ilha de Sundara, em Angras dos Reis, no Rio de Janeiro, ela pretende levar a travesti nordestina, que é uma pessoa guerreira, que está no seu dia-a-dia trabalhando, lutando para ter meu papel na sociedade e agregar na mesma. “Quero levar esse meu empoderamento, a pessoa guerreira, nordestina, simples, que vive a linguagem do povo, que vive o dia-a-dia de pessoas normais, mas que não é nenhuma coitada. As pessoas acham que por sermos travesti somos para fazer palhaçada e baixaria, e não, quero levar minha garra, minha luta, minha história de vida, sou casada a 11 anos”, disse.

 

Sobre sua expectativa pós reality ela comenta que: “Tenho certeza que vai mudar muito a minha vida, a vida de toda minha família. Minha mãe precisa muito de mim, ela tem 71 anos, meu pai já tem quase 90 anos, então, quero muito proporcionar uma vida melhor a ela. Quero poder ajudar também há dois grupos que faço parte que são o Movimento Arco-Íris da Serra e a Casa Mais. Tudo isso vai agregar”.

 

O Cruzeiro Colorido é o primeiro reality show LGBTQIA+, apresentado por David Brazil e Nicole Bahls, inicia agora no dia 15 de agosto com transmissão nas plataformas digitais. 14 participantes concorrerão ao prêmio de 700 mil reais

 

Reportagem: Mathilde Souza

Fotos: Anderson Souza (SECOM) / enviadas por Cassandra 

 


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