Elas estiveram com equipe da Secretaria da Mulher na Associação Cultural das Mulheres Heroínas de Tejucupapo
O conhecimento histórico é um dos pilares para o fortalecimento da identidade humana. Com as mulheres isto não é diferente e pensando nisto, a Prefeitura de Gravatá, por meio da Secretaria da Mulher, realizou atividade institucional na segunda (26), com visita ao espaço da Associação Cultural das Mulheres Heroínas de Tejucupapo, que fica no distrito de mesmo nome no município de Goiana, litoral Norte de Pernambuco.
As 40 participantes da atividade fazem parte do Programa Fênix da secretaria municipal, coordenado pela psicóloga Hilma Souza, um momento educativo inspirador com a fala firme e corajosa e idealista da Presidente da Associação a pioneira empreendedora sociopolítica e cultural, Luzia Maria da Silva.
“Receber a Mulher de Gravatá para mim foi um privilégio. Todas muito educadas, pessoas decentes, e que me deixaram muito feliz nessa manhã deste dia. Para mim foi um dia especial. Se eu soubesse que vinha tanta gente, teria convidado outras mulheres para também estar aqui junto comigo. Mas foi muito bom. Elas vieram ao fim dessa história, e eu passei a história da invasão holandesa de 1646, e elas também gostaram muito da história, de ficar sabendo quem são as heroínas que têm o papo. E por que existe essa heroína de te desculpar. Então, para mim foi tudo muito bom, foi uma manhã maravilhosa, ainda ganhei esses presentes que estão aqui na minha roupa, e para mim foi uma bênção, maravilhosa. As mulheres de Gravatá, bravas guerreiras, sim!”, bradou Luzia.
Diferentes contextos, desde a luta pela independência até a resistência indígena e o movimento feminista foram alvo das conversas e reflexões que permearam as atividades do dia. Gleizy Gueiros, secretária executiva da Mulher de Gravatá, que também participou do intercâmbio, disse ainda: “Estamos aqui em mais uma atividade educativa e de formação política promovida pela Secretaria da Mulher para conhecer a história de vida e a memória das mulheres guerreiras de Tejucupapo, tem sido um momento de troca muito intensa, relacionada à memória, relacionada ao poder e à força da mulher nos processos decisórios históricos da política em nosso país. Então foi um momento muito rico de experiências de trocas e de partilhas”.
Associação Cultural das Mulheres Heroínas de Tejucupapo – Das valentes defensoras da Pátria às protagonistas de agora, a associação, sob a liderança de D. Luzia, fortalece através do teatro uma forma de manter a história e a memória viva através da cultura popular, que revive a batalha e é motivo de orgulho para as moradoras e moradores da região. Além disso, por se tratar de um ato de valentia e sabedoria das mulheres, o grupo acaba também por mobilizar pessoas na luta contra retrocessos e preconceitos. Até hoje o dia 24 de abril de 1646 é lembrado como o dia em que as mulheres travaram a batalha que expulsou os holandeses de suas terras. O combate ficou registrado como o primeiro em que mulheres foram à luta no Brasil. A batalha durou horas, mas as guerreiras de Tejucupapo saíram vitoriosas naquele dia. Como forma de relembrar esse importante ato de resistência e coragem, em 1993 foi fundado o Teatro das Heroínas de Tejucupapo, em que reencenam a emblemática batalha, no último domingo de abril anualmente, no segundo maior teatro ao ar livre de Pernambuco, no mesmo local em que ocorreu o histórico confronto.
Reportagem: Ana Paula Figueirêdo
Fotos: Anderson Souza (SECOM)