Diálogo trouxe nomes de expressão na luta pela causa na véspera do Dia Nacional da Visibilidade Trans no Brasil
A Visibilidade Trans foi debatida em palestra realizada pela Prefeitura de Gravatá, por meio da Secretaria da Mulher, no auditório da Secretaria de Educação, na manhã desta sexta-feira (28).
Com o título “Sim ao Respeito, Não à Violência Contra as Mulheres Trans, Travestis, Lésbicas e Bissexuais”, a palestra trouxe autoridades no assunto, como Chopelly Santos, que é presidenta da AMOTRANS/PE – Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais e Coordenadora Geral da ANTRA – Associação Nacional de Travestis e Transexuais, além da vereadora da Cidade do Recife e ex-secretária da Mulher do Recife, Cida Pedrosa, a coordenadora do Movimento Arco-Íris da Serra, Mônica Gleite, a estudante de psicologia Jackeline Albuquerque, e Giselle Gomes, que foi a representante da Secretaria da Mulher de Gravatá.
Antes da palestra, o cantor Felipe Carolino interpretou a música “Eu Sou”, de WD. Ele opinou sobre o debate promovido pela prefeitura. “Sou um jovem gay e esse tipo de evento mexe muito comigo. Morei quase 10 anos aqui em Gravatá e voltar pra cá debatendo esse tema é muito importante. Sou enfermeiro, em Vertentes, e as pessoas que atendo se sentem respeitadas. Houve uma evolução no trato e chamo a atenção aos profissionais principalmente da saúde e da educação que se atentem de como tratar a pessoa Trans”.
Chopelly Santos trouxe um pouco da história da luta das mulheres trans e destacou o papel do poder público na mudança do comportamento preconceituoso da sociedade. “Cada vez mais é preciso que as prefeituras entendam que a população LGBTQIAP+ faz parte da população geral do município e precisa ser trabalhada como todas as diversidades. Não é que elas tenham que ter mais ou menos que os outros, elas têm que ter o mesmo que os outros. Trazer esse debate para os servidores é muito importante porque essas pessoas LGBT contribuem nos impostos do município, então elas precisam ser assistidas pelo gestor que está em exercício. O que queremos é respeito, dignidade, para que aquelas pessoas sejam tratadas como elas se assumem socialmente”, pontuou.
A vereadora da Cidade do Recife, Cida Pedrosa, foi uma das convidadas para participar do debate e ela considerou que “quando a gente coloca isso dentro da política pública do município, você formaliza aquele segmento a ser respeitado, por isso a importância desse encontro. Acho que ele é não apenas uma evolução, mas é necessário. Quero parabenizar a Prefeitura de Gravatá pela coragem, porque isso é uma questão de coragem e decisão de cumprir a política de direitos humanos e é isso o que vocês estão fazendo aqui. Estou muito orgulhosa com isso”.
Giselle Gomes representou a secretária da Mulher de Gravatá, Ester Gomes, falou porque a secretaria trouxe esse debate. “A ideia é que a Secretaria da Mulher traga essa pauta para o centro das atenções sobretudo das políticas para as mulheres, pois quando pensamos em política para as mulheres tem que englobar todas, inclusive as trans. Então trouxemos esse debate para os servidores municipais para que a gente possa dialogar, compreender, refletir as nossas práticas e ações dentro da nossa estrutura. A ideia é que quem faz parte da gestão pública do prefeito Joselito Gomes, que é bastante comprometida com as pessoas, possa de fato perceber o valor que as vidas das pessoas trans têm. É respeitar as pessoas como elas realmente são”.
Em casos de violência, qualquer pessoa pode denunciar através da Ouvidoria da Mulher da Secretaria da Mulher de Pernambuco, pelo 0800-281-81-87. A ligação é gratuita e o atendimento é 24 horas.
Reportagem: Ana Paula Figueirêdo
Fotos: Nilson Silva (SECOM)