A soprano Adriane Queiroz e a Orquestra Jovem de Pernambuco, sob a regência de Nilson Galvão, trouxeram árias do século XIX

Moradores e visitantes de Gravatá estão tendo a oportunidade de ter contato direto com a música clássica, de graça, por meio de mais uma edição do Festival Virtuosi, que teve a noite de estreia na terça (29), na Igreja Matriz de Sant’Ana, e segue a programação até o próximo sábado (02). 

Neste primeiro dia, “Uma noite na Ópera” trouxe apresentações da Orquestra Jovem de Pernambuco, sob regência de Nilson Galvão, e da soprano Adriane Queiroz, que encantou o público com árias de preciosidades do repertório lírico internacional, com obras de Carlos Gomes, Verdi, Dvorak e Massenet. Para a soprano, “a música clássica não é inatingível. A linguagem musical é uma linguagem de fácil acesso para todas as pessoas que têm sensibilidade e todas têm sensibilidade. Muitas vezes as crianças também vêm conosco e vêm conversando. Perguntar como se chega dessa forma, como se canta desse jeito, como se faz com a orquestra, então você precisa primeiramente do acesso. Se você tem um acesso, você tem como decidir se você gosta ou não, mas você não tem como decidir se gosta ou não de um gênero se você não sabe, não conhece. Então, festivais como esse são muito importantes porque eles abrem várias perspectivas e também para as pessoas que nunca assistiram e para as que já assistiram também de poder comparar com o que elas acham que é bom. Antes de eu ser cantora lírica, eu era professora, alfabetizadora, então eu sei muito bem o quanto é importante a arte dentro da educação. Eu vim aqui pela primeira vez em 2018. Seu Rafael Garcia estava entre nós, em corpo, e foi muito bom também. Eu conheci outros músicos, logicamente, outro repertório, mas eu reconheci na hora quando eu cheguei. Ah, eu conheço aqui Gravatá, já estou sabendo onde estou”, comemorou.

A noite de estreia da 15ª edição foi muito significativa para a diretora artística do Virtuosi, Ana Lúcia Altino, pois neste dia 29 de julho seriam celebrados 58 anos de casamento dela com Maestro Rafael Garcia, idealizador do festival. Ana falou sobre a expectativa pelas próximas apresentações. “15 anos que nós estamos aqui em Gravatá, é uma alegria naturalmente muito grande. E aqui em Gravatá a expectativa é sempre muito boa, porque o nosso público é incrível. É um público muito caloroso, muito querido. Mas mesmo assim, a igreja está sempre cheia, sempre lotada. Tem um público cativo já. E eu digo sempre que a gente tenta democratizar esse acesso ao bem cultural, que é a música clássica. A gente faz tudo gratuito e sempre trazendo o melhor, porque eu acho que festival é para você mostrar coisas que você não vê todo dia ou que você não ouve na esquina, coisas novas. Então, você tem dessa vez, por exemplo, Adriane que já esteve aqui em Gravatá, mas há muitos anos atrás, temos André Memare, que é a primeira vez que ele pisa o palco aqui de Gravatá, nunca esteve antes fazendo suas próprias composições, e todas as obras que a gente apresenta não são repetidas, sempre estamos trazendo, mesmo que o artista seja o mesmo, ele vem com outras coisas, com outras obras, com novidades. Inclusive no último concerto, nós estamos fazendo a estreia aqui, pelo menos que eu saiba no Nordeste, de um concerto de um compositor italiano. Eu sempre aproveito o festival para isso, para mostrar o novo, para mostrar o que nunca foi feito. Para isso é um festival”.

O professor de história e geografia, Amauri Correia, foi um dos espectadores que acompanhou a noite especial e falou com orgulho em apreciar mais uma edição do Virtuosi em Gravatá. “Desde o início eu participo. Desde a primeira edição, eu ainda estava na graduação e colocava até algumas folgas quando eu tinha, quando não era o período de provas e já participava desde o primeiro Virtuosi, creio que 2005, 2006. E a música clássica é secular. Os grandes compositores que passavam isso para a sociedade e eu digo que hoje isso é um privilégio em Gravatá, porque é um estilo de música, de apresentação, que na antiguidade você só tinha nas grandes cortes da Europa. Tinha que participar do convívio em um palácio, está ali na corte para poder participar de um evento desse e hoje você tem na sua própria cidade, no interior, um evento cultural riquíssimo que é o Virtuosi”.

O prefeito de Gravatá, Joselito Gomes, é espectador cativo também e esteve presente em mais uma noite de estreia do Festival Virtuosi. “Um evento totalmente de graça, a 15ª edição do Virtuosi em Gravatá, na Matriz de Sant’Ana, está imperdível. Uma programação fantástica. Todo ano o Virtuosi tem um público fiel, de modo que hoje tivemos a abertura e iremos até o dia 2 de agosto. Não deixe de participar, não deixe de conferir, porque é um momento não só especial, mas divino. Parabéns à Dona Ana Lúcia Altino e o agradecimento a toda sua equipe, também os parabéns e agradecimento ao Padre Márcio, pároco da Paróquia de Sant’Ana, toda a sua equipe, ao secretário de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer, Marllon, e toda a equipe. Enfim, parabéns Gravatá por mais uma edição do Virtuosi”.

O XV Virtuosi em Gravatá, que tem o patrocínio da Prefeitura, por meio da Secretaria de Turismo, Cultura, Esportes e Lazer, e incentivo do Governo de Pernambuco, por meio do Funcultura e da Fundarpe, segue nesta quarta (30), a partir das 20h, na Matriz de Sant’Ana, com “Uma noite com Piazzolla”, com as participações de Rafael Altino na viola, Raiff Dantas no cello e Lucas Thomazinho no piano.

A programação completa pode ser encontrada nos perfis das redes sociais @prefeituradegravata, @visitegravata e do próprio festival, o @virtuosi.  

Reportagem: Ana Paula Figueirêdo 

Fotos: Anderson Souza (SECOM)