Conversas aconteceram nas escolas municipais e trouxeram abordagem clara sobre a violência contra a mulher
07 de agosto de 2006 é a data de nascimento da Lei 11.340/2006, mais conhecida como Lei Maria da Penha, e por isso, como forma de conscientizar as pessoas, a Prefeitura de Gravatá, por meio da Secretaria da Mulher, está levando informação às escolas dos distritos do município pelo Agosto Lilás, campanha que fala sobre a violência contra a mulher.
Na terça-feira (16), estudantes da Escola Municipal Francisco Galdino Chaves, em Russinhas, e da Escola Municipal José Batista de Melo, em Avencas, escutaram atentamente a palestra da psicóloga do Centro de Referência da Mulher Ana Lúcia Pereira Beserra – CRM, Juliana Vieira, e da assessora jurídica do CRM, July Karem.
Na ocasião, foi apresentado um vídeo com a Turma da Mônica Jovem, com o título “Papo Reto”, que falou sobre a temática com os personagens dos quadrinhos de Maurício de Souza vivenciando situações que tratam desse tipo de violência.
Giovana Carla, de 14 anos, é estudante do 9º ano da escola municipal que fica em Avencas e ela opinou sobre o momento. “Achei essa atividade de hoje importante porque nós mulheres sofremos muita violência nesse momento e as pessoas não estão normalizando essas organizações femininas. A violência é mais normalizada do que a defesa dessas mulheres. Muitas pessoas que tentam buscar ajuda são recriminadas até pelas próprias autoridades. É muito bom ter essas pessoas que dão palestras para a gente entender mais sobre o assunto e ter mais conhecimento sobre esse movimento do Agosto Lilás. Muitas mulheres não conseguem denunciar e ter uma rede de apoio ajuda muito”.
Bruno Eduardo Medeiros, de 11 anos, também é aluno de uma das escolas visitadas nesta terça (16). Apesar da pouca idade, ele já entende que “esse tipo de evento melhora a vida da sociedade. Eu acho que tem que tratar todo mundo bem, eu posso precisar de alguém um dia, alguém precisar de mim e todo mundo deve se tratar bem. Qualquer ser humano tem que ser tratado bem”.
A diretora da escola de Russinhas, Josefa Magali, destacou que “esse evento foi de grande importância e eu gostaria de agradecer à Secretaria da Mulher, dessa parceria com a Secretaria Municipal de Educação, trazendo esse assunto para as escolas que é de fundamental importância. Quando a gente ver algumas situações e alguns até não chegam ao nosso conhecimento, mas é bom conscientizar pais, alunos, família, de forma esclarecedora para que eles procurem ajuda e saibam a importância desse tipo de violência ser tratado”.
July Karem falou sobre a segurança que a mulher está sentindo em procurar ajuda, caso precise, em Gravatá. “Estamos vendo que os números da violência doméstica estão começando a se evidenciar aqui justamente pela informação que as mulheres recebem e pela confiança no trabalho que estamos desenvolvendo. A gente do Centro de Referência faz atendimento e acolhimento dessas mulheres, bem como os encaminhamentos necessários em cada caso. Então a mulher sabe que tem um apoio para além do apoio familiar, que muitas vezes ainda é ausente. Ela sabe que tem um órgão em que confiar e que vai percorrer todo o caminho com ela. Com base nisso, todos os casos de medida protetiva estão passando pelo nosso centro, que a partir daí a gente oferta outros serviços, como monitoramento com a Patrulha Maria da Penha e faz os encontros com essa mulher para ela saber de fato os tipos de violências que foram vivenciadas e tomar ciência real dessa problemática”.
Juliana Vieira destacou que “essa palestra está contemplando todas as escolas dos distritos e a participação dos alunos está sendo muito importante. De imediato estamos muito surpresas porque estamos atingindo nosso objetivo, que é o compartilhamento da informação sobre a violência doméstica e em todas elas existe pelo menos um exemplo de violência sofrida tanto dentro de casa como na vizinhança. A importância do compartilhamento das informações pelo Centro de Referência é justamente a conscientização pelo fim da violência de denúncia, pelos canais 180 e 190 e diretamente indo lá no nosso centro”.
Reportagem: Ana Paula Figueirêdo
Fotos: Anderson Souza e Ednaldo Lourenço (SECOM)