Atividade foi realizada na EREM Devaldo Borges
A Lei nº 14.519, de 05 de janeiro de 2023, determina que todo dia 21 de março seja comemorado o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé.
Para marcar a data, a Prefeitura de Gravatá, por meio da Secretaria da Mulher, promoveu cine debate com os alunos dos 1º, 2º e 3º anos da EREM Devaldo Borges, na tarde da terça (21).
Na ocasião, foi apresentado o curta “Que Bela”, um filme realizado através de financiamento coletivo na internet com apoio de 117 pessoas em 2015. Entre imagens impactantes, o vídeo fala da percepção de identidade da mulher preta.
O evento contou com o apoio da Pipocas Gravatá, que forneceu lanche para os participantes do cine debate.
A estudante Maria Letícia, de 17 anos, participou do cine debate. “Ano passado teve esse tipo de debate também e achei interessante porque é importante a gente estudante saber da cultura de pessoas negras e achei importante a escola fornecer esse tipo de informação. Eu já pensei que se ficasse em casa mais tempo eu iria ficar um pouco mais branca, mas hoje em dia prefiro ficar no sol até ficar preta, porque prefiro a pele negra”.
Íris Barbosa é coordenadora do Grupo Mulheres Negras Xica Manicongo. Ela disse: “esse cine debate faz parte do projeto maior que é esse grupo de estudo de mulheres negras daqui do EREM, que é uma parceria junto com a Secretaria da Mulher pelo segundo ano e nossa proposta de trabalhar as questões anti racistas impertinentes ao gênero e às mulheres negras especificamente, já que as mulheres negras são maioria da população brasileira e mesmo assim historicamente a gente sabe que é o grupo menos privilegiado, que mais sofreu e sofre com o racismo estrutural que permeia nossas relações. A proposta é levar as meninas a encarar esse protagonismo delas, ainda bem que os debates raciais estão passando cada vez mais espaços e que ele possa sair do campo de debates e se transformar em ações, políticas públicas e protagonismo dessas meninas negras”.
A secretária da Mulher de Gravatá, Ester Gomes, esteve presente na atividade escolar e considera que essa conversa alcançou o público certo. “A gente entende a importância dessa data. É preciso a gente lançar luz a um debate que nos chama a refletir sobre nossas ancestralidades e a porta de entrada não poderia ser outra senão da educação, considerando que esse é um público-alvo, que é a juventude. Para a Diretoria de Cidadania e Diversidade da Secretaria da Mulher é muito pertinente para que a gente pudesse estar tendo essa discussão, porque a ideia é que possamos fazer ações e atividades relacionadas a esse tema, sobretudo pela importância do resgate a essa discussão que ainda perpassa muitas situações de racismo e violência”.
Na noite da terça, a equipe da Secretaria da Mulher de Gravatá levou a palestra “Mulheres no mercado de trabalho. Limitação ou preconceito?”, para alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Amenayde Farias, com a advogada e assessora jurídica da Secretaria da Mulher, July Karen, e pela assistente social da pasta, Mônica Gomes.
Reportagem: Ana Paula Figueirêdo
Fotos: Ednaldo Lourenço e Nilson Silva (SECOM)