Tradição lembra a morte do frei capuchinho há 25 anos 

Fé e devoção marcaram a procissão de Frei Damião, que saiu da Igreja Matriz de Sant’Ana, no início da noite da terça (31), em direção à Capela de São Miguel, no Riacho do Mel, com a participação maciça da população, que acompanhou o andor de Nossa Senhora a pé, a cavalo, de moto e de carro. 

A agricultora Maria José Henrique, de 35 anos, foi uma das devotas presentes na ocasião e falou sobre a história de participação  dela e da família nessa celebração. “Eu venho sempre, seja descalça, a pé, com o pessoal do Sítio Brejo Grande, porque já conseguimos alcançar graças, como um exemplo um acidente que meu irmão e minha cunhada sofreram e estão vivos para contar história. É frei Damião e Jesus Cristo. Hoje eu vim com minha mãe, meu padrasto, minhas duas filhas, minha avó e os vizinhos. Sempre vale a pena”.  

O pároco da Matriz de Sant’Ana, padre Antônio Márcio, que presidiu a santa missa campal, falou sobre a primeira caminhada pós pandemia. “Este é um momento de graça para o povo gravataense e porque não dizer para o povo nordestino, em que precisamos nos unir, depois de dois anos sem poder fazer essa procissão com a caminhada de 9 km, com a participação do gravataense e de toda região. Naturalmente é preciso agradecer a Deus, render graças ao nosso Senhor, agradecer muito ao Frei Damião pelo testemunho que deu entre nós. Encerrar o mês de maio é celebrar a mãe de Jesus é um motivo de fé e alegria e é motivo de orgulho para o povo de Gravatá e nós cristãos”. 

Frei Jociel Gomes, que é postulador da causa de beatificação e canonização do capuchinho, comentou sobre a importância recíproca entre Frei Damião e Gravatá. “Estamos aqui reverenciando a sua memória, pois foram 66 anos de dedicação à evangelização no Nordeste, Frei Damião tão querido pelo nosso povo, sempre no meio da nossa gente, dedicando-se exclusivamente a administração dos sacramentos, de modo em particular às confissões. Foi aqui em Gravatá que iniciou tudo, em setembro de 1931, quando ele vem para cá e fica à frente da Capela de São Miguel e daqui não parou mais até a sua morte, em Recife, em 1997. Gravatá é para ele e para nós um espaço especial porque foi aqui que se iniciaram as missões de Frei Damião”. 

O vice-prefeito e secretário municipal de Turismo, Cultura, Esportes e Lazer, Júnior Darita (à esquerda), estava presente na solenidade e falou sobre os parceiros que ajudaram para que o evento acontecesse. “Esse evento de Frei Damião já faz parte do calendário religioso de Gravatá e turístico. É uma festa de fé, esperança, religiosidade, e a Prefeitura não pode se ausentar deste movimento. Estivemos aqui apoiando todo o evento com a guarda, a Secretaria de Infraestrutura, com o apoio dos nossos dois deputados federal, André Ferreira, e estadual, Waldemar Borges, cedendo o palco e de toda equipe que se juntou e deu as mãos para que a gente pudesse ofertar junto com a Igreja Católica essa grande festa. É preciso entender a importância de Frei Damião para Gravatá, pois aqui foi realizada a primeira missa e aqui realmente começa o primeiro roteiro turístico de Frei Damião”.

O prefeito Joselito Gomes  destacou o papel de Frei Damião para Gravatá. “Esta já é uma caminhada tradicional em nosso município, porque aqui, na Capela de São Miguel, temos o marco do início das missões populares de Frei Damião de Bozzano em todo Nordeste brasileiro. Sempre há uma presença boa de fiéis e pessoas que vêm de vários lugares. É um lugar de fortalecimento da fé, da esperança e olhar para as orientações e conselhos dados por Frei Damião. E continuamos aqui com nossa missão no compromisso com as pessoas”.   

Além do prefeito, estavam presentes a primeira-dama e secretária de Assistência Social e Juventude, Viviane Facundes, o secretário executivo de Turismo, Cultura, Esportes e Lazer, Ricardo Machado, o secretário de Comunicação Social e Imprensa, Rodolfo Lima, e o vereador Nino da Gaiola. 

Reportagem: Ana Paula Figueirêdo 

Fotos: Ednaldo Lourenço (SECOM)