Os dois projetos vão unir forças e fazer parte de uma política pública municipal concreta 

Gravatá teve mais um ato de apoio à mulher do município através da assinatura de dois convênios, de forma pioneira, em parceria com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

Tratam-se dos projetos: MP Empodera e ELOS de Convivência Homens pelo Fim da Violência. A iniciativa surgiu em razão dos altos índices de violência contra a mulher. 

O momento histórico para o município ocorreu na tarde desta terça (29), no auditório da Secretaria de Educação, com a participação da primeira-dama e secretária de Assistência Social e Juventude, Viviane Facundes, do vice-prefeito e secretário de Turismo, Cultura, Esportes e Lazer de Gravatá, Júnior Darita, da promotora de justiça do MPPE de Gravatá, Fernanda Nóbrega, de representantes da Polícia Militar de Pernambuco, da Guarda Civil Municipal, dos Conselhos Municipais, dos secretários municipais e executivos, além de integrantes da Secretaria da Mulher de Gravatá.

Após a fala das autoridades da mesa e o ato de assinatura dos convênios, houve apresentação de vídeo sobre os dois projetos e quem fala a respeito deles é a promotora de justiça do MPPE, Maria Cecília Tertuliano. “Esses dois projetos são do Ministério Público em parceria com a Prefeitura de Gravatá e eles são interligados com o MP Empodera, que visa fomentar políticas públicas de todas as faixas governamentais em prol da mulher, enquanto o projeto ELOS é voltado aos homens autores de violência doméstica. São grupos de reflexão de caráter pedagógico que podem ser implementados em medidas de proteção para aquelas mulheres que são vítimas de violência”.  

A promotora de Justiça do MPPE e coordenadora do Núcleo de Apoio à Mulher (NAM), Bianca Stella, destaca o protagonismo de Gravatá nas políticas públicas voltadas para a mulher. “Vamos trabalhar a situação da mulher em dois aspectos: o empoderamento feminino, trazendo à mulher alternativas na vida dela, e eu acho que isso é papel do estado, principalmente hoje que as mulheres são chefes de família. O empoderamento gera também a quebra de violência, pois 40% das mulheres não denunciam seus agressores por causa da dependência financeira. O grupo ELOS de Convivência trabalha a população masculina, quebrando a cultura machista, a cultura de superioridade masculina em relação à mulher, trazendo a cultura de paz, a cultura de visibilidade da mulher, de respeito, de convivência harmônica e principalmente trazendo a possibilidade de que os homens não voltem a praticar o crime de violência contra a mulher. Que eles sejam multiplicadores dessa cultura de paz nos conflitos das famílias que são relacionados a gênero”.

A secretária da Mulher de Gravatá, Ester Gomes, destaca o trabalho realizado com essa parceria com o MPPE. “Hoje é a culminância de um projeto que já estamos vivenciando desde 2021. Nós assumimos a Secretaria da Mulher dentre as várias ações, serviços e programas que começamos a desenvolver, um deles pulsava muito o meu coração, era esse voltado aos agressores. Começamos a fazer um trabalho de pesquisa de como Gravatá poderia introduzir isso. O entendimento nosso é que seria necessário que fizéssemos algo nessa área. Conhecendo algumas experiências exitosas, houve o momento em 2022, quando realizamos alguns encontros com o Ministério Público, fomos estruturando esses programas até chegarmos nesse momento de hoje. Estamos dando um passo a mais para essa questão do enfrentamento à violência contra a mulher, mas sobretudo a promoção do direito dessa mulher. Teremos grupos reflexivos, oficinas, todo um trabalho que será desenvolvido nessa área”, comenta Ester. 

O prefeito Joselito Gomes acredita no potencial dos projetos que serão trabalhados junto ao MPPE.  “Através da Secretaria da Mulher do município, com a secretária Ester e toda sua equipe, em parceria com o MPPE, esse projeto, que será desenvolvido em Gravatá, tanto fortalecendo o trabalho de prevenção, que é importante, através de políticas públicas, como também indo ao encontro daquela pessoa que se chama agressor, no sentido de que possamos dar oportunidade para que, tomando consciência, haja uma recuperação, melhora, mudança no modo de pensar, de agir, de proceder. É importante quando trabalhamos com essa lógica de acreditar na recuperação das pessoas. O trabalho vai continuar, porque nosso compromisso é com as pessoas”. 

Reportagem: Ana Paula Figueirêdo

Fotos: Ednaldo Lourenço (SECOM)