Chefe do Executivo Municipal fez linha do tempo recontando os fatos históricos que culminaram na Independência do Brasil e registrou as desigualdades sociais que existem no país
Minhas senhoras, meus senhores, bom dia!
Hoje, 7 de setembro, comemoramos o bicentenário da Independência do Brasil. São duzentos anos de uma independência que não aconteceu de repente, mas foi fruto de conflitos armados antes e depois do 7 de setembro.
Não vamos recontar os fatos, nem destacar nomes. São coisas já sabidas. O que precisamos fazer é encontrar nesses fatos, lições para construirmos o Brasil do futuro.
Faz-se necessário retirar da nossa história, ensinamentos que possam ser úteis aos brasileiros de hoje.
Devemos celebrar o Dia da Independência de uma forma crítica. O processo de libertação do Brasil, em relação a Portugal não serviu a todos igualmente. Muitos se beneficiaram com ela, outros tantos foram prejudicados e muitos mais talvez nem tenham notado a diferença. Caso por exemplo da população de escravos que continuou sem direitos após a independência.
A população negra deixada na marginalidade sofre efeitos dessa exclusão até hoje. A independência não resolveu problemas sociais nem a vida difícil da população de baixa renda ou desempregada. O processo da Independência foi motivado por interesses econômicos das elites locais. Para a maioria da população nada mudou. E por que não mudou?
Simplesmente porque tudo que aconteceu antes e depois da Independência do Brasil não envolveu o povo. Dom Pedro I, quando percebeu que os privilegiados queriam limitar seus poderes, fechou o Congresso e impôs uma Constituição pensada por ele.
Contudo, não é possível negar a importância do acontecimento na política brasileira. A Independência definiu os alicerces do Brasil.
O uso político da data não é novidade. O 7 de setembro serviu de palco para muitos governantes e organizações sociais.
O Grito dos Excluídos, todos os anos no dia da Independência, realiza manifestações populares, como forma de luta pelos direitos das pessoas vítimas das desigualdades sociais do Brasil.
Atualmente, temos uma onda conservadora que se apropria de acontecimentos históricos para fazer uso ideológico deles. Sem falar na privatização da Bandeira e do Hino Nacional Brasileiros por determinados políticos e seus seguidores. Querem ser “posseiros” dos símbolos nacionais. Assim como a Independência do Brasil se deu ao longo do tempo, nossas causas tão sonhadas também não acontecerão de repente.
Muitas vezes nossos propósitos, nossos planos para que eles aconteçam enfrentam tempestades da vida ou intenções contrárias dos que nos cercam. Isso pode impedir ou atrasar a causa tão sonhada. Não podemos desanimar nem desistir. Somos atores principais da história da nossa Pátria.
Peçamos a Deus bênçãos sobre nós, brasileiros, e sobre nosso Brasil. Não percamos a esperança e a coragem de buscar um Brasil melhor. Tenhamos sempre em mente trecho do Hino da Independência: longe vá temor servil. Queremos sim, Independência: sem mortes, sem armas, sem fome, sem miséria e sem violência.
Muito obrigado!