Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência: Gravatá tem representatividade feminina no ambiente científico

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Publicado em 11 de fevereiro de 2022, por Ana Paula Figueirêdo | Categoria: Destaque

Data comemorativa no dia 11 de fevereiro marca a participação das mulheres nas pesquisas que melhoram a vida da humanidade

 

Hoje, 11 de fevereiro, é comemorado o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência e, para marcar a data, a Prefeitura de Gravatá, por meio da Secretaria da Mulher, convidou duas cientistas para falarem sobre o avanço da participação feminina na área.

Maria Juliana Mendes da Silva, de 24 anos, estudante do 7º período em Licenciatura em Química pelo Centro Acadêmico do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco, e Tamiris Alves Rocha, de 31 anos, doutora em Ciências Biológicas, pela Universidade Federal de Pernambuco, são dois exemplos na nossa cidade e falaram sobre as experiências vivenciadas por cada uma.

 

Juliana relata como teve inspiração para iniciar na área profissional, que teve um grande avanço para as mulheres. “Sempre pensei em trabalhar com a educação, porém o curso de Química oferece um leque amplo de atuação profissional, e hoje tenho o anseio de ser pesquisadora e cientista. Uma das minhas grandes inspirações são os estudos feitos pela cientista Marie Currie, entre os séculos XIX e XX, que foi laureada com um Prêmio Nobel e foi a primeira pessoa a receber esse prêmio duas vezes, sendo o de Física, em 1903, e o de Química, em 1911. E outras mulheres químicas que descobriram e codescobriram outros elementos químicos, trazendo também para outras áreas da ciência, recordamos Ada Lovelace Day, que criou o primeiro algoritmo a ser processado por uma máquina, e outras cientistas que se destacam na matemática, na física, entre outras. E, obviamente, as docentes e cientistas que me motivam a ser e a buscar o perfil de Educadora e Cientista no ramo da Química”. 

Juliana Mendes fala ainda sobre um trabalho científico que foi publicado e o qual ela foi autora principal em um evento voltado para a educação. “Ano passado, participei do 8º  epePE, que foi o Encontro de Pesquisa Educacional em Pernambuco, em formato remoto, com o tema ‘A Importância da Mulher na Ciência: Um Relato de Experiência’, o qual trabalhei com alunos do 6º e 7º anos do Ensino Fundamental, também em 2021, que teve o objetivo de reconhecer as mulheres envolvidas nessas atividades científicas, a luta para inserção e protagonismo das mulheres em carreira científica, em um retrato da relação social, humana historicamente construído, mostrar o valor e visibilidade de mulheres que colaboraram com o avanço do conhecimento científico e tecnológico”.

Para o futuro, Juliana Mendes diz: “Almejo ocupar esses espaços na minha área, realizando estudos e pesquisas voltados ao ensino de Química, que ao longo da graduação eu possa descobrir e me articular dentro das possibilidades e conhecimentos”.   

 

Já Tamiris Rocha também teve interesse nas matérias voltadas para a ciência. Criada em Gravatá, a bióloga relembra o início desse processo como cientista. “Sempre gostei de química e biologia e tinha interesse em fazer pesquisa. Quando entrei no curso de Ciências Biológicas me interessei por alguns projetos de iniciação científica. Falei com um professor que já tinha projeto e comecei daí, ganhando a bolsa de estudos. Primeiro fui à procura de estudo em fármacos enquanto estava na graduação”.

 

Após a graduação, Tamiris Rocha seguiu no mestrado e explicou que “eu segui na mesma linha de projeto da iniciação científica, mas neste momento eu fazia uma modificação estrutural no metabólito secundário do líquen, que seria como pegar uma substância que é encontrada na natureza, já existente, e potencializar a ação dela. Ou seja, foi um estudo voltado para os medicamentos que são usados para tratar o câncer e que, com essa ação, iriam diminuir ou até acabar com os efeitos colaterais de quem precisa passar pela quimioterapia”. 

Já no doutorado, Tamiris diz que: “trabalhei com plantas do bioma da caatinga e foi o mesmo procedimento realizado no estudo do mestrado: extrai uma substância biologicamente ativa para fazer testes clínicos e biológicos e também foi na linha do tratamento contra o câncer, além de inflamação, ação antibacteriana, entre outros”. 

A doutora reconhece que houve um grande avanço no aumento do número de mulheres nessa área da Biologia. “Meu professor de iniciação científica na graduação era homem, um outro colega que fazia mestrado também, assim como a maioria dos técnicos que trabalhavam no laboratório. Na sala de aula, também percebo um aumento grande da participação feminina. A mulher, antigamente, não tinha o direito de mostrar sua veia científica. Hoje, apesar de precisarmos lutar muito ainda, a oportunidade de mostrar esse conhecimento é melhor”. 

 

Por fim, Tamiris Rocha considera que “dos laboratórios, nascem as melhorias na vida da humanidade. Por isso, nós, cientistas, queremos estimular esse pensamento nos alunos em geral. As pessoas precisam abrir a mente para a importância do pesquisador na melhoria da vida das pessoas e um país sem pesquisa não cresce, não se desenvolve e achei uma iniciativa interessante da Prefeitura de Gravatá em abordar esse assunto, pois incentiva que, mesmo morando aqui, numa cidade do interior, esses alunos e futuros pesquisadores tenham uma visão ampla das possibilidades de contribuir para melhorar a vida da humanidade”. 

A secretária da Mulher de Gravatá, Ester Gomes, destacou que “o dia 11 de fevereiro é uma data de extrema importância e por isso a gestão pública municipal não poderia deixar passar. Através da Secretaria da Mulher nós entendemos a importância de dar visibilidade a essa data que trata da pesquisa no país. É através disso que são gerados, por exemplo, medicamentos, ter um conhecimento mais aprofundado das doenças para o seu tratamento e das vacinas, como as usadas no enfrentamento à covid-19, que só foram possíveis a partir de pesquisas científicas. É sabido que havia mais investimentos e eles foram cortados, o que é preocupante considerando os tempos que estamos vivendo de pandemia. Estivemos hoje com essas duas cientistas, mulheres, gravataenses, que atenderam o nosso pedido de pronto para serem exemplos: Juliana Mendes, que faz Licenciatura em Química, e Tamiris Rocha, que é doutora em Ciências Biológicas. Então a gente entende o compromisso da gestão pública do prefeito Joselito Gomes com vários segmentos e não seria diferente com esse pela sua relevância e pela sua expressividade”, conclui a secretária.

 

Reportagem: Ana Paula Figueirêdo

Fotos: Ednaldo Lourenço e Marcone Barros (SECOM), e acervo pessoal das entrevistadas

 

 

 


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